Mudou



Mudança no blog... layout novo, textos novos por vir... 

Deixo um texto do Fabrício Carpinejar enquanto não posto os meus. Hoje eu deixo ele dizer por mim, só hoje. ;)




Você foi covarde. Seu amor é forte, seu corpo é fraco. Você foi covarde como tantas vezes fui por acreditar que a coragem viria depois. A coragem não vem depois. A coragem vem antes ou não vem. Não posso amaldiçoar sua covardia. Sua boca não é rápida como suas pernas para me agarrar. Minhas pernas não são tão rápidas quanto minha boca para lhe impedir. Você foi covarde. Pela gentileza de sempre dizer sim, repetidos sim, quando não estava ouvindo. Já desfrutei de sua covardia, ríspido recusá-la agora porque não me favorece. Porque não fui escolhida. Serei aquela que deveria ter sido, enterrada sem morrer, a que desapareceu permanecendo perto. Sou seu constrangimento mais alegre. Sua ferida, seu feriado. Com o tempo, serei sua vontade de se calar. De se retirar da sala. Não conhecerá meus hábitos de puxar o café antes de ficar pronto. De abrir as venezianas como quem procura reunir os chinelos ao vento. Você foi covarde, ninguém iria compreendê-lo. Hoje todos o compreendem, menos você mesmo. Você não se compreende depois disso. O que é imenso é estreito. O que é infinito fecha. Até o oceano tem becos e ruas sem saída. Até o oceano. Sua esperança não diminui a covardia. Quer um conselho? Finge que a dor que sente é a minha para entreter sua dor. Saudades ficam violentas quando mudamos de endereço. Saudades ficam insuportáveis quando mudamos de sentido.
Você confunde sacrifício com covardia. Compreendo. Eu confundo amor com loucura. Cada um tem seus motivos, sua maneira de se convencer que fez o melhor, fez o que podia. Você me avisou que não tinha escolha. Nunca teria escolha. Você foi educada com a vida, pediu licença, agradeceu os presentes. Confiou que a vida logo a entenderia. E cederia. Engoliu uma palavra para dormir. Não serei vizinho de seu sobrenome. Seus nomes esperam um único nome que ficou para trás. Você não desencarnou, não se encarnou, deixou sua carne parada nas leituras. Morrer é continuar o que não foi vivido. Vai me continuar sem saber. Você foi covarde. Com sua ternura pálida, seu medo de tudo, sua polidez em cumprir as promessas. Você não aprendeu a mentir. Tampouco aprendeu a dizer a verdade. O dia está escuro e não soprarei a luz ao seu lado. O dia está lento e não haverá movimento nas ruas. Você não revidou nenhuma das agressões, não revidará mais essa. Você foi covarde. A mais bela covardia de minha vida. A mais comovida. A mais sincera. A mais dolorida. O que me atormenta é que sou capaz de amar sua covardia. Foi o que restou de você em mim.

(Carpinejar)



ps:. Minha saudade anda desesperada.... por você!
Todo o meu amor e minha saudade de sempre e pra sempre


Kaká

Desabafo

Eu queria entender o que aconteceu com a velha e o boa conversa. A moda agora é dar lição de moral, alfinetada ou simplesmente expor suas opiniões sobre a vida alheia em redes sociais. É muita gente pegando suas "convicções" e fazendo delas verdades absolutas. Muita gente usando a palavra de Deus distorcendo pra se adaptar a sua verdade. 
Tem gente se achando de no direito de vomitar em redes sociais suas opiniões sobre a vida alheia, dando conselhos que não foram solicitados, julgando sem ser juiz. Pior, muitos não colocam nem o nome, utilizam do recurso "anônimo" por pura covardia.

Admiro aqueles que ainda preservam a si e aos outros. Admiro aqueles que preferem uma boa conversa! E que só expões suas opiniões quando lhes é solicitado! Admiro pessoas que se vêem como pessoas e não como deuses. Tem muita gente assumindo função de Mega Fone gritando o tempo todo mas não dizem nada. Tem muita gente precisando passar um paninho no espelho pra se ver melhor. É muito louco precisando de terapia! É muita covardia, falta de educação e senso do ridículo pra minha paciência.

Bem que Jesus disse que os mansos herdariam o reino dos céus!!! Que Ele me dê mansidão, paciência e estômago pra esse tipo de gente!

Respeito é bom e todo mundo gosta!







Kaká.





O começo do inverno


Não sei se foi o inverno, ou qualquer outra coisa, 
mas, prefiro acreditar que foi mesmo o frio de um inverno. No inverno eu te amei e hoje, novamente no inverno, eu te amo.Foi no "frio" que te conheci, e no frio hoje te conheço de novo.”

(Joanne H. Maggioni) 



Então chegou junho, com ele seu aniversário e o começo do inverno. Agora é ela quem está na sua festa de aniversário, escolhe teu presente. É ela ocupando o lugar destinado a ser só meu. Ficou a vontade de te contar tudo o que aconteceu nesse ano de silêncio, mas eu não podia, você não me dava espaço, qualquer manifestação minha era ignorada como se nunca fosse feita. E você levava embora toda minha certeza de que o tempo muda tudo. 
Os dias levavam a minha sanidade e paciência e ainda sim eu quis voltar...

Eu sonhei com você. Sonhei nas casas coloridas do teu país. E eu me desesperava ao saber que você estava no meu. Misturei então o que era meu com o que era seu. E eu corria, corria, corria desesperadamente pra te encontrar, pra te alcançar mas você se movia lentamente no tempo, desviando do meu caminho como se ele nem existisse. E era mesmo como se eu não existisse.
Eu me tornei teu silêncio, seu nada. Você não tem mais meu número de telefone, não sou eu mais parte do teu sonho. Não pertenço ao teu futuro, muito menos fiquei na melhor parte do teu passado.
Quando foi que perdi a parte que me encaixava a você?!

Sei dizer ao certo o momento em que decidi que era você. Sei contar todos os detalhes do teu corpo, ainda guardo o teu cheiro, som e volume da tua voz. Ainda guardo você com cuidado, com certa devoção.
Todos dias lembro por mil vezes todos os nossos encontros e desencontros também.
Ninguém é como você. Ninguém sabe tão perfeitamente o que gosto, ninguém me deixa tão feliz. Nunca vai existir um amor que possa ser comparado ao seu. Os outros são amores fraquinhos, sem tanta coragem, sem tanto erro, sem falta de ar.

Foi covardia sua ter me apresentado a perfeição e ir embora tão rápido. Eram os nossos erros os mais doces, era a nossa imperfeição a mais perfeita. Nunca haverá duas partes tão desiguais se que encaixaram tanto. Quando foi que perdi a forma que me moldava a você?

Era verão quando te conheci, outono quando me despedi e tudo se fez inverno com o nada que você me deixou. Nunca mais houve a primavera, nunca mais floreceu. Até abriu uma flor ou outra que com o tempo logo morreu.
Eu precisava desistir de voltar, seu silêncio respondia cada pergunta que eu gritava aos quatro ventos.
Fiquei com o silêncio, com o veneno diário de ver teu corpo com outra, alguém que nem te merece tanto. Fiquei com a tua covardia de nem querer se despedir. E confesso que mesmo odiando todo teu silêncio, ainda amo cada parte tua, cada parte suja como teu silêncio sem fim.

Feliz aniversário, te digo baixinho antes de dormir.


Meu beijo e saudade, Kaká.




Ps:. Só um exagero bobo de palavras. Como qualquer amor bobo e platônico.