Linha de vida.






Nunca entendi muito bem o medo que as pessoas cultivam pelo novo. Talvez você me diga que na minha idade é assim mesmo, mas acho que isso tem muito mais a ver com caráter que idade.
Lembro bem quando você me chamou aquele dia e resolveu me contar tudo o que te atormentava sobre a gente, aquele teu segredo guardado na garganta, querendo gritar, explodir. Fiquei me perguntando como seria e na minha confusão com o choque do que foi dito achei que não havia outra saída senão o fim. Pra mim, desistir sempre foi mais difícil do que continuar, ainda que continuar fosse sacrificante, quando desisto é como se eu matasse um sonho, um tiro a queima roupa bem no peito, sem ultimas palavras, sem beijo de adeus. E começou a tormenta que meu corpo causa com a rejeição a desistência. Confesso que cedi e continuei e vou continuar até que cesse a ultima gota de esperança em meu peito. Desistir não combina comigo. Por trás desse rosto meigo e suave tem uma força que muda destinos.
Às vezes, ainda me pergunto como vai ser, com uma vontade imensa de saber o que o futuro reservou pra gente, mas algo me diz que vale a pena. Vontade e garra de ser feliz eu tenho. Não tenho medo não. É pra arrumar as malas? É pra mudar tudo sem saber como vai ser? Porque se for minha mala tá pronta esperando a hora certa de partir. Tenho mais pra viver, mais pra aprender, mais pra te fazer feliz.
Sou o estopim da intensidade, eu quero coisas simples que te parecem muito. E sigo em frente sempre e me acompanha quem quer. Pega minha mão, amor, que te levo pra voar alto, e que bom que existe alguém como você na vida pra depois me colocar com o pé no chão.
Não desisto daquilo que é importante pra mim, não sem tentar. Se você mora aqui ou do outro lado do planeta, que diferença faz? Eu arrisco e vou arriscar sempre. Respeito o meu extinto que me faz ir além, ir longe, se eu não for, eu não vivo. Não é só por você é por mim. É pra me manter minha sanidade, minha paz.
Vem que nós dois podemos construir bem mais que imaginamos que existe.


Meu beijo, toda a minha saudade


e todos os meus melhores planos.


Kaká.

Um dia



Sempre fui pega pelo meu infinito dom de intensidade, sei bem o que quero e onde quero ir e quando não sei me sinto a pior pessoa do mundo. Nunca consegui conviver com a duvida, sou do tipo de pessoa que rema até o fim ou abandona o barco, mas eu entro.
Todo mundo me diz que minha intensidade e determinação assustam, é que não sei ser meio termo, não sei viver pela metade, não sei mergulhar no raso.
Confesso pra você que depois de todas as suas respostas evasivas chorei um pouco, esperava mais. É que pra mim amor é agora, nunca depois, cansei de roubar meu tempo com falsas esperanças, esperas desleais, mentiras que me contam e eu tento acreditar pra não ficar aquele vazio no peito, aquela falta que a falta de amor traz. E mais uma vez o suspiro triste, só queria que você remassem pouquinho também. Não peço que ninguém tenha as minhas intensidades, mas um pouquinho de atitude mudaria toda a minha vida e a sua. Mas você escolhe esperar, e eu sinto que são suas duvidas me fazem desistir de remar. Tenta entender que se eu for eu não volto e você não entende ou finge não entender e eu me conheço, vou cuidar das outras coisas no meu caminho, vou andando, vou seguindo ao contrario de você e quando eu já estiver longe, fora do teu alcance vai querer me perguntar  onde foi que a gente se perdeu, quem sabe perceba que mulheres como eu só se conhece uma vez e é você quem define se é pra sempre.
Volto pro meu caminho de novo, ferida aberta no peito, sorriso triste no rosto, cabeça erguida. As vezes desistir é o maior ato de coragem, é o mais difícil, um dia quem sabe eu ache de vez meu lugar e quem queira me acompanhar. Quem sabe um dia eu tenha a tranqüilidade de receber a paz de alguém e que esse alguém queira receber a minha.
Quem sabe um dia eu entenda o sentido desse caminho tão sofrido, tão incompreendido.
Hoje pra mim é a esperança de quem sabe um dia a felicidade queira me receber.




Kaka

Outono

Era outono, não sei você não sabe, mas é a estação do ano que mais gosto, parece que empurra a gente um pouquinho pra dentro, mas na medida certa, não faz aquele calor enorme que te traz a sensação de que tudo é uma aventura, também não te prende dentro de si mesmo como o inverno. Pelo menos comigo é assim.
Ando com a cabeça muito cheia, confusa mesmo, tentando arrumar alguma solução pra essa distância. Confesso que tenho medo. Que relação sobrevive com a ausência? Não quero que tua falta me faça companhia, não quero mais uma história ao meio, inacabada, com aquela desculpa de que não era pra ser.  Abro o peito e te mostro que pra ser tua basta você querer, basta vir buscar o que é teu.
Amar é ir além de quem somos. Perfeito é ter imperfeições pra superar.
Na minha boca ficou o gosto bom que a gente tem, e a falta amarga da falta do teu sorriso pela manhã. Você me pergunta se estou apaixonada, me pergunta o tamanho da saudade que eu sinto e eu não sei dizer, pegaria aquele avião e não me importo de passar mais de 10 horas viajando, sou mulher de ir e só espero quando não tem outro jeito.

A saudade me aperta o peito, me tira o ar, sei bem porque te amo tanto, e porque vou me dedicar por inteira nessa história. Não conheço todos os teus defeitos, mas que vontade de te descobrir, de explorar cada parte do teu corpo e da tua alma. Te amo com cada pedaço de mim.  E esse amor que atravessou o verão e todas as suas ilusões traiçoeiras, vai durar muito mais, bem mais que a vida inteira.


Meu beijo e toda a minha saudade.


Kaka