"O certo é que dancei sem querer dançar e agora já nem sei qual é o meu lugar.
Dia e noite sem parar eu procurei sem encontrar a palavra certa, a hora certa de voltar...
A porta aberta, a hora certa de chegar..."


Nove dias fora de casa, fora do país e sinto como se fosse anos. Quantos dias vive nesse dias?!
Eu quis voltar e voltei. Voltei porque queria respostas, queria enfrentar meus demônios. Voltei porque tinha medo, tinha coragem, tinha dúvidas.
Você me viu e me abraçou, quis logo conversar, contar seus segredos, suas desculpas. Logo me invadiu com a presença mais doce e mais temida. Será que meus olhos estavam mesmo abertos?! Não te tirei do meu sonho?! Não te materializei?! Era entao o homem que eu ama! Eram seus olhos negros, sua voz grossa. Era a sua mão em volta da minha coxa! Eu te disse não! Quantas vezes não naquela noite e você não me escutou. Me perdi entre tua boca quente, tua pele macia macia, tua peito, tua voz, teu gosto.
Por alguns instantes era você, era de novo o homem que eu amava. Era a vontade de nunca voltar. De ficar ali presa no teu corpo pra sempre. Era o teu gosto que eu queria sentir por toda a vida. Porque você mentiu?! Porque mudou?!
Te ter e te perder, ter que esquecer. Me diz como?! Me explica!
A verdade é que você escolhe ser a parte suja, fria, doente, que ainda sim consigo amar. Mas você escolheu outra, a parte mais fraca, mas consentida, a parte que te permite tudo, que não te questiona. Não te enfrenta! Você tem medo de mim porque o medo me impulsiona. Me faz querer ir até o fim, ainda que isso me mate! E de novo quase me matou, mas não permito! Me envergo mas não quebro, me fortaleço! Fico aqui até o fim!
Tua verdade é mentirosa, tuas escolhas de ser o peor é o medo de ser a melhor coisa que eu podia ser.
Hoje eu fico, amanhã também, mas a minha hora de partir não tarde! Vou voltar pra minha vida ainda mais forte, te prometo! E livre porque te ver me liberta de mim mesma! Ver a verdade de seus atos falhos me lembram que eu te amo, vou amar pra sempre, mas que não posso te ter!
Não era o fim, eram paginas em branco. Era o vazio.
Agora é a verdade, é a presença, é o fim.

Maktub!

Nossos destinos se encontraram para se perderem.