Entre nuvens



Era quase verão, meados de primavera quando pensei em todas as nuvens. Foram dias intermináveis que eu passei entre nuvens, as mais sombrias que alguém pode ter. Mas acho que você que me lê entende bem. Foram dias buscando uma resposta, qualquer explicação boba que me convencesse de que o final era outro. Por quantos anos mais eu ficaria a espera de alguma coisa que tem nome, mas perdeu a face? Já não sei se são meus ou seus os traços. Nem se é o seu mesmo o encanto.
Andei pensando em novos destinos, em novos rumos, passos trocados longe dos teus. Seria a despedida do verão a minha despedida dos meus cativos vícios?!
É primavera, floresce em cada parte, floresceu também no caminho da nossa despedida. 
Pintei meus versos gris. To reaprendendo a color a minha vida que outra deixei de viver.
Os batimentos ainda são tímidos, as marcas ainda são visíveis, mas eu to reagindo. Voltando a ser flor. E volto a perceber com sorriso no rosto que meus passos são meus, essa estrada é minha, como é só meu amor que há de ser entregue a alguém que não se parece com o passado.
Entrego nas mãos do meu destino a felicidade que me sorri de volta. Me sorri verdadeira mostrando saudade e felicidade com a minha volta.
Deixei os pesos pra trás, é hora de seguir em frente, "enfrente". Que o calor da primavera leve embora as nuvens que ainda ficaram do inverno. Não gosto das nuvens, muito menos de ficar entre elas, prefiro os pés no chão, o vento no cabelo, o sorriso no rosto e a paz no coração.
Que venha o calor, o simples, o puro!
Deixo com você os meus versos e saudade mais tristes. Me despeço da miragem que me fez te ver e deixar de me ver.
Me despeço de tudo o que é seco, vazio de amor e cheio de você.


Beijo


Kaká.


Ps.: "E pra você a canção de despedida".
(Leoni)