Pesadelos

Esse tempo, esse lugar, desperdícios, erros
Tanto tempo, Tão tarde.
Quem era eu para te fazer esperar?
Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro
Caso reste apenas um...
(Nickelback - Far away)






Hoje eu não tô aqui pra escrever um texto bonitinho, é um desabafo mesmo. Acordei de madrugada com um sonho ruim, rim porque eu tinha morrido e percebia quantas coisas eu deixei de fazer e eu senti um golpe forte tirando minhas forças, arrancando meu ar. Como é que a gente se perde mesmo?

Regras, medos bobos, o certo, o errado, o orgulho, a palavra não dita, o arrependimento de nunca voltar atrás.
Eu deveria ter ficado aqui e nunca saber?
Deveria nunca ter ligado? Nunca ter tentando?
O que ou quem estamos tentando proteger? Poupar-se de feridas é doer por inteiro.
Prefiro acreditar em pessoas, crer que dá pra ser feliz.
Eu queria ter te dito há 3 anos atrás o quanto eu te amava e te mostrar porque eu fugia. E que eu escondia o riso de suas piadas feitas, cantadas banais. Que você me salvou da loucura que batia a porta naquela época, e o quanto eu perdia - acredite, ainda perco - o fôlego toda vez que te vejo.
Queria ter dito o quanto não me arrependo de ter viajado meio mundo pra descobrir que estava certa, você não estaria naquele aeroporto, e quem sabe um dia vai se tornar pra alguém o homem que eu tanto quis pra mim.

Eu deveria ter dito e ter ido até fim de cada história que eu vivi e hoje sempre venho aqui contar em casa texto alguma coisa entranhada, subentendida. Pode parecer clichê, dramático, até choroso, mas a gente nunca sabe quando vai ter uma outra oportunidade. Ninguém sabe quanto tempo vai viver.

Eu tenho um pai e não falo com ele há muito tempo, e me arrependo de não ter coragem pra dizer a ele o quanto lamento por isso. O quanto o amo, e que só não falo com ele porque não quero perder o que restou da gente que é o respeito e as boas lembranças.
Lamento não ter me despedido da minha avó quando pude, por não lembrar da voz do meu avó.
Me arrependo de ter ficado em casa "sozinha" no meu aniversário de 7 anos e aquele nojento ter chegado perto de mim e acabar om a minha infância.
O quanto precisamos perder pra tomar a atitude certa?
É preciso que meus pesadelos virem realidade pra que eu tente mudar?

Andando tendo sonhos estranhos, tão constantes, tão reais. E eu fico me perguntando o quanto a gente precisa perder pensando em ganhar? Quando tempo vamos perder deixando o que é valioso passar?

Que a gente não se perca, que a gente não esqueça que tudo tem fim, até o recomeço um dia pode não chegar.
Quem sabe é essa a última chance de fazer tudo dar certo, dizer que amo, de pedir perdão, de afastar os medos do passado que insistem em me fazer olhar pra trás. E principalmente fazer a vida valer a pena.


Meu beijo,



Kaká.