O fim e o começo







Então é dezembro, o fim e o começo... 


Juro que não quero contar aqui mais um papo clichê de fim de ano, mas 2012 definitivamente foi um ano turbulento por dentro. Por fora totalmente pacato, irritantemente insosso, sem grandes acontecimentos aparentes, nada de tirar o fôlego. Bom, pelo menos nada tão novo me tirou o fôlego embora tenha sido um ano de águas agitadas, tempestades e naufrágios. 
Eu precisei ficar sozinha pra ver quem tava junto. Precisei arrumar os pensamentos, sentimentos como quem arruma um armário. 2012 foi o ano de remontar as peças perdidas. Dar meia volta e encontrar o caminho. 
Sim, eu andei perdida, disparando espinhos pra qualquer um que se aproximasse. Boicotei minha própria felicidade.
Precisei botar tudo pra fora, precisei desistir daquilo que virou doença, de coisas que me consumiam por dentro. Precisei mexer naquelas feridas que a gente por medo, por falta de vontade, por insegurança, por tantos motivos não cura. E a ferida fica purulenta evai infectando tudo ao redor. Vira câncer, podrecendo tudo por dentro, deixando só a casca, o rótulo. Eu ignorei, botei um curativo malfeito, fingi que tava tudo bem e apodrecia. Chorei, me desesperei, adoeci, mas me curei e to vivendo a minha paz, a minha cura.
Talvez, o caos seja necessário para que exista a paz. Não sei se você me entende.
Eu que sempre pedi e quis viver minha liberdade, nunca percebi que pra ser livre  tem que ser limpo. Acho que foi isso que aconteceu esse ano, um processo de ser limpo, de ser novo, de ser eu. Sem medo por ser quem sou, sabe?! O medo cega, o ranco infecta a falta de perdão vira câncer. Acho que nunca me afastei tanto da pessoas, se você é meu amigo e esta lendo certamente concordará comigo, senão, pergunte a qualquer amigo meu. Desfiz supostas amizades, perdoei os meus e os outros também, e me perdoei. Desfiz meus preconceitos, meus medos. Tirei dos ombros cargas pesadas que um dia colocaram. Pesos desnecessários... 

Às vezes, dá uma certa saudade, uma vontade de olhar pelo buraco da fechadura só pra saber como tudo ficou. Dá uma certa curiosidade, vontade de procurar saber como anda a vida de pessoas que eu deixei lá trás. Mas eu sigo, não viro mais estatua de sal. Às vezes tropeço (muitas vezes rs), mas continuo.
To me respeitando, sem enfeites falsos, sem esperas desleais. O coração tá tranquilo, a alma calma e a cabeça sem nuvens pesadas! Não está tudo perfeito, é um começo que já mudou muita coisa.


Só pra você saber eu não fui, também desfiz aqueles laços, quebrei meu pacto com o passado, aquele demônio que me tirava a paz, mas também não fico. Aprendi que existem novos rumos e é pra lá que eu vou.


...Não voltei a ser a paz que eu era, to aprendendo a ser uma nova paz.




Meu beijo, meus pés em novas estradas. Vem 2013.




Kaká.