Todos os males do meu mundo


Achei estranho te escrever mais uma vez, ainda que milhares de coisas passassem pela minha cabeça nesses meses, não tive a menor vontade e coragem de lhe escrever. Até forcei uma coisa ou outra mas nada de verdadeiro vinha.
Vi sua foto e me perguntei que sentido fazia em ir. Me senti estranha pensando em ficar. As duvidas que pairam sobre a minha cabeça, já não me enlouquecem mais... todos os meus males eu sei de cor.

É engraçado como em todos os momentos, (como aquele caso absurdo que aconteceu semana passada, loucura demais pro meu gosto. Caso de desamor próprio. Precisava te contar, só você entenderia minha revolta), eu fiquei te contando mentalmente, te contando os detalhes, pedindo conselhos. Repassando histórias como os amigos fazem.
Mas nunca é você, sou sempre eu. O que tenho de você é um silêncio e várias entrelinhas. Silêncio esse em que eu desafio a todo instante e você debocha, insiste em me encontrar. Silêncio esse que eu sinceramente gosto e também debocho e percebo que existe um barulho no teu silêncio. Basta eu sumir pra você me chamar.
Tenho um certo receio de te conhecer de novo e quebrar meu encanto, minha projeção.
 Todos os conselhos, cuidados, conversas, são tão minhas que percebo o quanto eu sou importante pra mim. Já você é apenas um nome emprestado que a minha memória insiste em usar. São coisas minhas maquiadas em você. Usurpadas por mim e colocadas no teu nome. Mera projeção.
Porque você na verdade é algo que já desconheço, digo algo porque nem sei se posso te chamar de alguém. Me entende agora? Todo amor que lhe tenho é meu!
Olhando a sua foto nem te acho tão bonito, nem tão feio. Gosto mais de você na minha memória. Tuas linhas de expressão que eu mesma criei...
Na minha mente doentia te imagino perguntando baixo se o que eu sinto é ódio e te respondo com precisão que jamais poderia odiar aquele que me ensinou o melhor amor. O amor próprio.
De todos os males do meu mundo me amar pouco foi meu maior erro. Aprendi sobre quem eu sou e o que mereço. Não aceito menos por medo de ficar sozinha. No fundo aprendi a gostar e a debochar dessa vida séria.
Não pinto os meus tons gris! Me respeito! Coloco cor naquilo que merece, sem falsos amores. Sem baratear o amor porque tenho pressa. Não tenho pressa.
Meu mal não foi você, fui eu mesma e te agradeço por me fazer ver isso.
Se fico, se vou. Se pergunto ou se respondo. Faço por mim. Porque hoje, somente hoje, eu quero.
Se hoje estou cansada, me respeito sem cobrar. E se acordo melhor nada me segurar até desvendar terras minhas que podem me levar além.
De todos os meus males o único mal sou eu mesmo!
Sou meu próprio inimigo. Minha falta de amor por mim me impede de amar os outros. Muito obrigada, caro amigo. Por me fazer ver!
E por "nós" eu continuo e digo:

Me enfrento todos os dias na certeza de que a vida é mais que um compasso de espera e um amor barato, com prazo de validade vencido e falso!


Meu beijo