Entrelinhas


Você nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você é que não soube cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado.

(Caio F. Abreu)


Deixei um recado nas entrelinhas, tão claro que ardia os olhos, eu dizia:
"Tá ficando tarde, amor, to cansando de te esperar. Como se não bastasse a distância, tenho que ficar com a tua ausência,
sem palavras, sem detalhes. Já não sei nada sobre você.
Não sou mulher de ausência, isso me corta ao meio e não sei viver divida. Muda o roteiro, aparece, me escreva, me ligue.
Anotei todas as suas promessas e quero ver mesmo se você é diferente como me diz. Suas palavras me encantam, seus atos me desacreditam. Tenho um limite muito curto, sou determinada demais pra viver especulando, no dia que eu disser que não volto mais
acredite amor, não me verás. Se me quer mesmo me faça ficar, muda a história. Talvez você não tenha percebido, mas sou daquelas raras espécies que passa por cima do medo, avanço no escuro pra encontrar, mas não permaceço nele. Amor é claridade, é verdade, é luz.
Não se perca de mim, escuta o que eu digo, não sei viver com alguém cuja ausência me faz companhia. Alguém que não me conhece, não me escuta, que não me vê, que deixa sozinha, no tempo, no frio. Não queira conhecer me lado aspero, meus espinhos e minha indiferença. Sou mulher de extremos. Quando eu amo é pra valer, mas quando esqueço nunca existiu."




Meu beijo e aviso.

Kaká.

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