Não me permiti...

Hoje é só mais uma sexta-feira comum,

daquelas onde todo mundo te pergunta o que vai fazer no fim de semana, o problema é que eu não sou tão comum assim e vivo tentando ser.

 Ultimamente tenho usado um discurso de que me basto, tão auto-suficiente, aprendendo a ficar numa condição de não precisar de ninguém. Aceitando pacientemente todas as ausências, todas as saudades. Há muito tenho andado distante, longe, como se ficasse olhando pro nada o tempo todo, como se algo lá no passado ainda me prendesse, me amarrasse. Não que isso fosse totalmente mentira, mas o que me doía, dessa vez, era algo bem mais próximo. Acho estranho como as pessoas se conformam com qualquer resposta, qualquer explicação,  uma aceitação que não aceito. Qualquer pessoa que realmente prestasse atenção em mim veria que isso, no fundo, é medo. Medo pelo que não deu certo, medo que eu desejava ter sido, medo de mim, medo do vázio, da ausência do que poderia ter sido.

Desde o começo eu tentei, eu não quis, não me permiti, não te permitia, não nos permitia, na verdade eu acreditava que estava fazendo isso, quando vi já havia projetado, já havia entregue boa parte de mim...

Mas o tempo passou, com o tempo as coisas mudam ou realmente se mostram como são. E eu fiquei num estado urgente de te entender, decifrar, queria uma resposta exata pra atitudes e palavras que não correspondiam aos fatos. Me confundia, me perdia, sempre sozinha nessa busca incansável por você... já não sei se era necessidade, cisma, paixão, não sei mesmo. Talvez eu visse em você a minha nova possibilidade de paz, aquela que eu queria de volta, mas vc não me permitiu e nem eu me permiti, fiquei só no estado de quase amor, e isso era muito pouco. Abri só uma fresta que você mesmo fechou e depois de ter me feito sofrer tanto, ainda penso em você, ainda dói, bem fraco... parece mais forte quando alguém fala seu nome ou usa suas frases feitas, mas vai passar. Sempre passa... de qualquer forma desejo que você me queira bem, porque eu te quero bem, bem mais do que deveria.

Continuo te procurando em outros corpos, juro que um dia ainda encontro!

Meu beijo,

Kaká.