Despedidas


Havia muito o que ser dito por ela, muitas historias escondidas num só olhar. Palavras caladas por decisão própria, pra ela não valia mais a pena falar.

Era só mais uma dessas histórias em que ela se metia na tentativa frustrada de encontrar alguém que pudesse ser finalmente a pessoa certa, mas era evidente que não era ele, no fundo ela também sabia. Sempre tinha aquela sensação estranha no peito que era só mais um tempo perdido, mesmo quando tinha certo prazer e vontade de jogar mais tempo fora.

Ela estava longe de ser aquelas mulheres simples, de fácil conquista e entendimento, mas tinha uma aceitação tola que a vida obrigava, quase sempre se revoltava e partia em busca de mais, sempre mais. Nada era o bastante, tinha uma sede insaciável por aquilo que ela acreditava ser pra ela. Nada a parava quando dizia o que sentia, multidões de sentimentos que quase sempre mudavam uma vida. Mas ele era só mais um desses caras que aparecem pra acrescentar feridas, mais uma dessas pessoas que escolhem o mais fácil, aquilo que não precisa ser cuidado, cultivado. Mas ela tentava, era a última chance, dessa vez creio que pra sempre, já estava cansada dessa espera, de todo esse tempo que se via esperando totalmente em vão, ela sabe o que quer e vai até o infinito, não quer mais esperar, o mundo grita por ela e ela quer ir, quer voar, de malas prontas ela dizia: “se me quer então não me deixa partir, se for agora, não será mais, já tivemos tempo demais pra saber o que queremos. Eu sei o que quero e não é essa espera desleal. Te amo, mas me cansei de todo o tempo perdido, esforço perdido. cansei desse jogo de perder. Às vezes, penso que tudo isso que você sente é medo ou preguiça de acompanhar alguém que vai até o fim. Porque se você não me quer, porque insiste comigo? A escolha é sua. É agora ou nunca. O começo ou o fim.”


Ele ficou mudo, no fundo ele não se conhece, não sabe ao certo o que quer e tem medo de correr risco. É preciso entender que pra ter tranquilidade na vida é preciso arriscar, não calo as vozes que existem em mim, liberdade é conquistada, paz é conquistada, mas pra isso a gente tem se enfrentar. Ela partiu como o esperado, foi viver o inesperado, com todos os arranhões, socos, pedras, que a vida daria, mas no processo de cura encontrou a paz. E no caminho encontrou muitas pessoas como ela, umas mais intensas, outras menos. De tudo ficou a certeza que é difícil ir embora, pior teria sido ficar no mesmo rumo, calando suas vontades, sem tentar se feliz.

Pés na estrada, coração vivo pronto pra todos os desafios que ainda virao.




Ps.: Porque no meio dessa minha estrada louca conheci pessoas que tem lados parecidos com os meus, e pra essas pessoas escrevi isso, porque elas sabem que no fundo merecem mais e vão em busca disso.

Meu beijo, Kaka.

4 comentários:

Alan Brum disse...

De novo eu não conseguiria escrever tanto rs. Mas sua capacidade de escrever é igual sua vontade, quase infinita.
Bom você reconhecer quem te conhece e reconhece. ;)
Beijo.

Anônimo disse...

Vi o seu blog.

http://cimonanilla.blogspot.com

Unknown disse...

Não lhe conhece mas através desse texto pude perceber que vc é uma pessoa muito especial e querida por muitos,além de ter um dom maravilhoso,que é o de escrever.
Meu nome é wesley e quero dizer que vc é uma daquelas pessoas que devem ser consideradas exemplos de vida.
Eu tbm tenho um blog,mas não che aos pés do seu,se quiser mim visitar dar uma olhadinha:(wesleydarksp.blogspot.com)eu lhe aguardando.

Fabio disse...

Lindas palavras!