Refúgio

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência. E sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.


(Clarice Lispector)






Queria entender porque as coisas são assim
quando eu penso que existe algo seguro isso é tomado de mim.
As coisas tem sido complicadas e difíceis pra mim,
eu que sempre gostei de fugir, de me esconder,
até o meu próprio refúgio a vida andam tirando.
Me sinto numa história contada, inventada, em um teatro de marionetes,
os movimentos são involuntários, eu não dito as regras,
não mudo nada ao meu redor, ultimamente não consigo mudar nada nem sobre mim.
Que beleza pode ter uma flor que é triste?
Um anjo que não pode usar as asas?
minha paz se eu não posso usar?
Tanto desencontro que não consigo me achar.
E se você viesse seria tão bom
não que você seja a minha solução,
mas com você acho que vai ser mais fácil achar.
é que eu sinto tanta falta de um abraço verdade, do carinho, de dormir no peito, da liberdade de poder chorar.
Hoje eu choro com mais facilidade que antes,
mas eu queria me livrar dessa coisa dolorida aqui no peito.
Me diz, sabe como tirar?
pinto quadros, danço, escrevo, enceno, tento me fundir na arte como posso
esse sempre foi meu refugio, mas às vezes te tirando isso, te tiram peças de um xadrez que era tão precioso.
Não vejo pessoas como peças de um jogo, importantes enquanto são válidas,
vejo pessoas como pessoas, sinto, acho que sentir é essencial, é o meu essencial e quando um pedacinho do meu essencial vai embora fica um estrago enorme.
Não tenho certeza se sou mesmo daqui, não me encaixo,
Não quero deixar de ser quem eu sou por nada desse mundo
quando isso acontece a gente morre aos poucos e já passei por isso.
Não me deixa morrer,
outra vez me entrego ao escuro, há coisas que minam a minha claridade e me escondo onde eu possa ser a verdade.
Não se perca de mim, ando me perdendo em você.
Volto ao caminho, passos curtos, ainda dói perder o abrigo, pego a bagagem, sigo viagem, quem sabe você não permita meu abrigo ser você.
E eu te mostro com a minha arte como posso te pintar mais feliz, dançar até te fazer rir, cantar até você dormir,
escrever pra te sentir, 
E atuar pra você ver como pode ser bonita a história, desenrolando com precisão
o amor que lhe tenho e dele não abro mão.
Vem pelo caminho em que eu ando e faz nascer sorrisos em nós.




Kaká.

1 comentários:

Alan Brum disse...

O meu refúgio é só escrever, mas acho que vou ter que fazer mais coisas, pq o refúgio tá ficando pequeno. =/
Beijo